Nesse mundo de informação rápida e em excesso, ouvi algo que me chamou a atenção e achei interessante compartilhar com vocês: a ideia de não justificar nenhuma escolha, seja ela boa ou ruim.
Normalmente associamos o ato de não explicar nossas ações a um sinal de liberdade ou independência — afinal, ninguém tem nada a ver com a nossa vida, certo? Somos livres para fazer o que nos for conveniente, sem julgamentos.
Mas e quando acontece o contrário? Quando tentamos justificar aquilo que deixamos de fazer? Como isso impacta a nossa vida?
Todos nós carregamos padrões ideais para diferentes áreas: relacionamento, saúde, trabalho, comportamento, entre outros. E ninguém gosta de se ver agindo contra esses próprios padrões. Por isso, buscamos justificativas.
Se considero importante treinar todos os dias da semana, no dia em que não consigo ir, é provável que eu busque uma explicação — e nossa criatividade para isso é impressionante.
Por exemplo: “Hoje estava chovendo e tinha corrida no treino, por isso não fui.” Ou: “Gosto de treinar às 18h; como não conseguirei chegar nesse horário, prefiro não ir para não quebrar a rotina.” Ou ainda: “Está muito corrido no trabalho”, “Está frio demais”, “Está quente demais”, “Não gosto desse exercício”, “Meu carro quebrou”, “Meu cachorro ficou muito tempo sozinho.”
Entenda: todas essas justificativas podem ser verdadeiras. Mas, na maioria das vezes, não treinar foi uma escolha. Sempre que existe uma mínima possibilidade de fazer algo — mesmo que não seja da maneira ideal — trata-se de uma escolha. E, ao nos escondermos atrás de “desculpas” (mesmo que baseadas em fatos), comunicamos ao nosso cérebro que está tudo bem desistir. Que foi apenas um imprevisto. Uma casualidade.
Com o tempo, essa prática vira uma bola de neve: seus imprevistos começam a ser mais frequentes que suas presenças no check-in.
Não foi treinar hoje? Tudo bem. Aceite e abrace isso como uma escolha.
Não tente se enganar, não procure desculpas. A responsabilidade é mais eficaz do que a autossabotagem.