Esses tempos atrás uma grande amiga me mandou uma mensagem perguntando se podia ligar, na sequencia já tocou o telefone de numa ligação de vídeo e ela já estava falando que está grávida. Minha reação foi a mais surpresa possível (já que não imaginava nunca isso vindo dela), dei os parabéns, perguntei como ela estava e tudo mais. Depois questionei como o pai tinha reagido e ela disse que ele respondeu “vamos comer algo?”…
Ela transtornada com a novidade que iria mudar completamente a vida dos dois e ele responde com um simples: Vamos comer?! Como poderia isso! Mas na sequencia ele já disse, poxa estamos com fome, vamos ver algo pra comer e conversamos sobre tudo.
Fiquei pensando nisso depois, como a gente costuma reagir a algumas coisas. Recebemos uma notícia que vai mudar totalmente o que temos vivido ou impactar na nossa rotina, algo como um carro batido, uma doença, um novo emprego, uma gravidez… Coisas que realmente mexem com o rumo da nossa vida de uma hora pra outra.
E aí? Não tem nada que possa ser feito de imediato, alguma chave que gire e as coisas voltem a ser como eram antes ou a solução apareça milagrosamente; então o que é melhor a fazer se não manter a calma, baixar a temperatura do momento e organizar os pensamentos?
Não, não acho que é fácil! Nem tampouco estou dizendo que consigo fazer isso constantemente com naturalidade! Mas acredito que é sim muito necessário! Afinal, não seria muito mais fácil trabalhar nos próximos passos com a cabeça no lugar?
E é exatamente aí que está o ponto: não é fingir que nada aconteceu, nem ignorar a gravidade da situação. É entender que a pressa em reagir pode nos levar a decisões precipitadas e palavras que não podem ser retiradas depois.
Provérbios 17:27 diz: “O que possui conhecimento é comedido no falar, e o homem de entendimento é de espírito sereno.”
Dentro do box é a mesma coisa. No meio de um WOD pesado, você erra um movimento ou vê o tempo correndo contra você. A reação natural é acelerar sem pensar, trocar o plano e acabar queimando mais energia do que deveria. Mas quem mantém a calma respira, ajusta a estratégia e volta pro jogo.
Quando você mantém a cabeça fria, seja na vida ou no treino, cria espaço para pensar, agir com mais precisão e não desperdiçar energia em reações inúteis. A calma não elimina o desafio, mas clareia o caminho para superá-lo.
Talvez, no meio de uma tempestade — ou no meio de um treino insano — a resposta mais sábia seja mesmo: “Vamos comer algo?” Não porque o problema é pequeno, mas porque você escolheu não deixar que ele engula sua paz antes da hora.
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias