Todas as vezes que alguém fala isso, você faz a sua melhor pose (mesmo que seja uma careta pra ser engraçado). Muitas vezes encolhe a barriga, busca o melhor ângulo, faz aquela pose que te mostra mais fitness, valoriza o corpo… Tô errado? Dificilmente você vai ver alguém fazendo exatamente o contrário disso.
E a razão é óbvia! Qualquer um quer mostrar sempre o seu melhor lado, a sua melhor versão! Só que a vida não te avisa que está tirando foto a todo momento — e ela está!
Quando pensamos numa pessoa que tem algum trauma, no processo de hipnoterapia, é necessário entender que aquela cena que aconteceu foi uma foto, um momento congelado, e não uma vida inteira. É preciso analisar cada elemento envolvido, cada pessoa que fez parte, o papel que cada um exerceu e desassociar a interpretação que foi dada da pessoa ou do objeto. Esse é um dos primeiros passos.
No Crossfit, por exemplo, temos pessoas que não ficam de cabeça pra baixo ou não entram embaixo da barra num Squat Snatch por medo… Mas medo de quê? Elas sabem jogar a barra pra frente, sabem fazer um rolamento caso o braço falhe… O medo está ligado a um fato (muitas vezes fora do box) que ficou registrado em uma “foto” do passado. Inconscientemente, a pessoa prefere não passar por aquilo mais uma vez.
Isso acontece no box, no seu trabalho e na sua vida.
Algumas pessoas te fizeram mal, às vezes sem nem perceber, mas na sua “foto” elas saíram muito mal naquele dia. E você nunca quis voltar para olhar com outros olhos, tentar entender o motivo daquela pose no retrato, aliviar a carga negativa que carrega daquele momento…
Uma vez, alguém me disse algo assim: quando você ganha troféus, coloca na estante. Na frente, ficam os mais importantes. O segundo ou terceiro lugar continuam lá, mas ao fundo, um tanto escondidos. As coisas boas que alguém te faz devem estar em evidência. As nem tão boas ainda estarão ali, mas discretas, apenas como alerta ao fundo.
“Esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo…” (Fp 3:13-14)
Um fato é um fato. Uma foto é um registro. A vida, um processo. O fato não muda, mas meu jeito de olhar pode mudar. E a vida… bom, não vale a pena percorrê-la inteira preso a fotos e troféus que não me fazem ser melhor. Esses, eu coloco na fileira de trás, na estante que não enxergo sem esforço.
Se uma “foto” está te paralisando, mude o enquadramento, busque uma nova luz, coloque um novo sorriso. Dentro e fora do box, vire a página. Tire outra foto.
Porque você é muito mais do que um instante congelado no passado.
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias