Você deve ter ouvido falar que o Open seria um momento diferenciado, que haveria uma atmosfera mágica dentro do box. Agora que terminamos as três semanas de provas quero te falar o motivo de você ter escutado isso de coaches e parceiros de treino.
É comum durante os treinos o treinador pedir que o aluno faça um movimento, (seja na técnica ou no próprio WOD) e ouvir “eu não consigo”, “é muito difícil pra mim”, “eu sou scaled”… Muitas vezes no cotidiano, o professor pode deixar isso passar e escolher uma segunda adaptação: isso é natural e de forma alguma está errado.
Entretanto, quando estamos no Open, uma competição, existe uma atmosfera de pessoas te falando que você é capaz, que você consegue, que você deveria sim tentar. São pessoas que te acompanham no dia a dia, que observam seus treinos e sua dedicação e já puderam visualizar o quanto você é capaz, muitas vezes mais do que você mesmo.
Neste momento, as vozes externas falam mais alto do que suas vozes internas, do que suas crenças de incapacidade ou algo do tipo. Você se “deixa levar pela opinião dos outros” e se arrisca no enfrentamento de algo que nunca antes você tinha feito. O problema é quando você (no meio do treino muitas vezes) quer voltar atrás para sua zona de conforto.
Presenciei neste Open alunos fazendo o movimento 5, 6 vezes e depois falando “eu não consigo fazer, vou adaptar”.
Crescer dói. Evoluir existe dedicação e enfrentamento. Você entra num lugar novo e lá tem que enfrentar coisas que não está acostumado, dores ou pensamentos que te desagradam. Neste momento fica tentado a voltar atrás.
Você olha pro lado e vê os parceiros de treino fazendo mais movimentos, não se liga na complexidade, na carga, no tempo de treino, individualidade biológica, nada disso! Você só quer se sentir confortável de novo…
A questão é que no Open tinha uma pessoa do seu lado contando suas repetições, falando pra você fazer mais uma, pra você voltar, acreditar.
Na vida, nem sempre você terá essa pessoa, então você tem que ser essa pessoa para você mesmo.
Que estas três semanas possam te ensinar sobre superação de medos, enfrentamentos de desafios, ser comunidade, torcer pelos outros, dar o seu melhor no momento mais complexo, seguir em frente quando tudo que você quer é voltar para o conforto.
“As pessoas são boas, mas são melhores ainda quando cobradas.”
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias