Aprendendo com Angelinha
Às vezes a gente não consegue identificar um erro ou uma atitude ruim que temos olhando para nós mesmos; mas, quando olhamos para fora, para outra pessoa fazendo, e tiramos um momento para refletir sobre isso, fica óbvio que é algo que precisa ser mudado ou repensado. Tive essa reflexão hoje olhando a Angela.
Por não entender que é uma briga em vão, todas as vezes que passa um carro ou uma moto fazendo barulho, ela sai correndo pra porta e fica latindo, esbravejando. Da mesma forma, talvez eu e você insistamos em nos incomodar com pessoas que têm as mesmas atitudes repetidas, não pretendem mudar, mas ainda assim nos deixamos atingir e mudar nosso humor todas as vezes.
Ela, independente de você ser educado e gentil hoje, amanhã vai voltar e te cumprimentar, te receber na porta, te cheirar, te fazer sentir-se bem-vindo. Mas e como nós reagimos a alguém que hoje não nos cumprimenta? Alguém que simplesmente passa e ignora? Talvez comecemos a tratar da mesma forma ou até mesmo falemos dela por aí…
Observando a Angela, entendi que até mesmo ela uma hora cansa… Ela te leva um brinquedo para você jogar, talvez venha pedir carinho (como ela estava fazendo agora, enfiando a cabeça entre a minha mão e o teclado), chora pra abrir a porta da sala ou algo do tipo. Insiste por um bom tempo, mas, em algum momento, cansa. Vira as costas e vai ficar no cantinho dela. Me pus a pensar se não insisto demais em ter a atenção de algumas pessoas, ou se não tenho desprezado, talvez, alguns que me pedem a atenção. Cheguei até a conclusão de que é hora de “ficar no meu canto” em relação a alguns…
E sobre chorar, ficar na porta esperando quando quem ela ama muito vai embora? Será que ela já entendeu que cada momento de despedida pode um dia ser o último? Talvez por isso ela dê até um sorriso quando vê alguém que gosta chegando: pula, pede pra brincar…
Com certeza, ela tem muito pra ensinar…
Talvez, eu e você precisemos olhar mais para fora para entender o que ainda falta mudar aqui dentro. “Assim como a água reflete o rosto, o coração do homem reflete quem ele é.” (Pv 27:19)
Se até a Angela, com toda a simplicidade dela, consegue ensinar sobre paciência, insistência, amor e limites… imagina o quanto nós ainda precisamos aprender a observar, refletir e mudar.
Então, qual foi a última vez que você deixou algo — ou alguém — ser espelho pra sua vida?
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias