Um carro embica na rua, mas não entra. Começa a falar com uma mulher que anda com uma criança. Fico atento com o que possa acontecer. Depois de um breve diálogo, o carro dá ré e segue pela avenida. Na direção um homem chorando copiosamente. Na calçada a mulher segue de cabeça baixa e a criança fica relutante, visivelmente triste.
Não faço idéia do que estava acontecendo no momento, mas várias coisas passaram na minha cabeça. Será que ele aprontou alguma coisa grande ou será que ela simplesmente cansou de pequenas coisas? Aquela cena ficou passando e repassando na minha cabeça, me trouxe a lembrança do risco da ruína.
No universo administrativo financeiro o risco da ruína pode ser entendido como uma aposta que coloca em cheque toda a continuidade do negócio. Pode ser a abertura de uma nova frente de negócio com todos os recursos da empresa ou investir o dinheiro em ações que você não tem controle e caso dêem errado te levariam a falência (vide o caso Sadia).
Numa plantação pode ser não fazer o rodízio da terra ou apostar tudo em uma safra que está em alta. Numa produção de leite seria não cuidar dos animais e tirar cada vez mais. Numa construção é não seguir o projeto ou usar materiais de baixa qualidade na fundação.
Em um relacionamento poderia ser uma traição ou simplesmente o descaso, a falta de atenção no dia-a-dia. Numa amizade pode ser a mentira ou o fato de só demandar, pedir, querer e nunca ser recíproco. No trabalho pode ser um roubo ou fazer somente o que se pede e ainda assim com descaso, cheio de erros.
No seu treino? No treino pode ser você exagerar nas horas de atividade, fazer coisas sem orientação, tomar suplementos sem prescrição ou os mais óbvios como exagerar na carga do levantamento, forçar um movimento e machucar uma articulação, começar num ritmo que não sustenta e não conseguir chegar ao fim.
O risco da ruína existe de forma explícita ou não, mas coloca em cheque toda a construção que você já possa ter feito. Corrija enquanto é tempo, antes que tudo que lhe reste de opção seja dar ré e seguir sozinho com a tristeza das escolhas erradas.
Deus te abençoe!
Um grande abraço,
Henrique Elias