Eu passo praticamente o dia inteiro ouvindo alguma coisa (e não venha com piadinha de “claro, você não é surdo”). Esses dias estava ouvindo um corte de Podcast e o entrevistado citou uma fala de Michelangelo sobre as esculturas. Ele dizia algo do tipo “quando eu olho um bloco de mármore, já vi ali o cavalo, eu só tiro o que está sobrando” ou ainda “O Anjo estava ali no meio do mármore, eu só deixei ele livre do que estava atrapalhando ele de aparecer”.
As palavras não são exatamente essas, mas a idéia está clara. Quando você tem a matéria prima, já sabe o produto final, só deve tirar o que não faz parte e trabalhar com muito cuidado todo o centro pra chegar na obra de arte!
Vamos aos paralelos que tanto gosto de fazer pra deixar ainda mais claro! Quando você vai fazer um bolo, por exemplo, separa 4 bananas, 3 ovos, 2 xícaras de aveia, 1 colher de fermento, canela e uvas passas. Mas as cascas não vão pra massa do bolo, nem a xícara e a colher, só o conteúdo. A forma não serve pra comer, só pra assar e sair de cena.
Quando você olha pra si mesmo, pro seu ambiente, sua vida, você sabe o que quer alcançar. Mas o problema é que as vezes você pode se apegar ao pensamento de que precisa disso ou daquilo pra “chegar lá”. Muitas vezes é o contrário, você precisa tirar coisas.
Entenda que tirar dá espaço para o que já existe aparecer, ao mesmo tempo que abre lugar para coisas que precisam chegar (e nem teriam como, se o espaço seguir ocupado).
Você pode estar buscando uma nova descoberta que faz emagrecer mais rápido, que deixa você mais forte ou que a pele fica mais bonita… Mas poderia pensar em simplesmente tirar os exageros da dieta diária, deixar a preguiça e má vontade de lado na hora do treino ou até rever os hábitos de alimentação que favorecem a sua pele de dentro pra fora.
O mundo muitas vezes tenta nos convencer que falta alguma coisa, que precisamos de um algo a mais… Mas a verdade é outra! “Livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta.” (Hb 12:1).
Te convido hoje a parar e olhar a sua volta: o que está sobrando? O que não pertence? Qual parte do “mármore” precisa ser lapidado pra que a escultura apareça?
As vezes você vai começar tirando papéis que estão na gaveta e que ,apesar de parecerem inofensivos, te prendem num passado que ficou pra trás e te recordam de alguém que você foi e se orgulha de não ser mais. Talvez sejam roupas que nem usa, mas tem apego.
Talvez sejam pessoas que não fazem mais parte de quem você é e te levam a ser alguém que você nem gosta de ser. Talvez sejam hábitos que te colocam num ciclo de não chegar onde você anseia.
A questão é: está nas suas mãos lapidar a escultura que você é!
Mas primeiro, você precisa enxergar essa escultura em si mesmo.
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias