Agradecer e seguir pra conquistar

Se tem uma coisa que é necessária pra fazer uma construção ou uma reforma são os andaimes (ou uma escada, dependendo, já serve). Você usa e abusa deles! Monta aqui, desmonta ali, remonta acolá, deixa cair cimento, tinta… Sim, eles são essenciais! Mas, quando a obra está pronta, onde você os coloca? No meio da sala? Na entrada do prédio? Nem um, nem outro.

O fato de terem sido fundamentais na construção não faz com que mereçam destaque ou um espaço eterno. Se você simplesmente os joga fora, talvez não tenha quando precisar de novo — vai ter que correr atrás, improvisar ou gastar mais. Ser grato por algo ou alguém que te ajudou a chegar em algum lugar não pode ser confundido com submissão ou dívida eterna.

Você usa o elástico pra fazer pull up enquanto ainda precisa de ajuda pra subir, mas o seu objetivo é (ou deveria ser) tirá-lo e seguir sozinho, certo? A barra de 10kg é passagem. Assim como os pesos menores. Assim como a professora da Educação Infantil…

Ajudar é lindo. Receber ajuda também. Mas quando a ajuda vira domínio, cobrança ou controle, ela se transforma numa prisão disfarçada de apoio. E gratidão nunca foi sinônimo de algema.

Algumas coisas, algumas pessoas, alguns ambientes te levam até um ponto. Mas, dali pra frente, é necessário que você siga — ou ficará estagnado. Isso serve para o Crossfit, e para a vida.

Você pode agradecer de coração, manter o respeito, reconhecer o valor — e ainda assim, seguir livre. Porque a gratidão verdadeira honra o passado, mas não o idolatra. Ela entende que cada um tem seu papel, seu tempo, sua função.

Como os andaimes, algumas pessoas são pontes, não moradas.

Gratidão não é prisão. É reconhecimento.

E como tudo que é verdadeiro, não precisa ser cobrado — se expressa naturalmente.

Honre quem te ajudou. Seja lembrança boa, seja memória de respeito. Mas entenda: foi pra liberdade que fomos chamados. Não pra viver carregando andaimes nas costas.

“Para tudo há um tempo determinado… tempo de guardar, e tempo de jogar fora.” (Eclesiastes 3)

Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias

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