Calma, Calabreso

Muito se fala que a geração atual é imediatista, que não consegue se concentrar em nada e logo desiste. Tudo isso pode ser verdade, mas maior que isso é a certeza que trata-se de uma construção que já vem há algum tempo…
Há 60 anos atrás não havia televisão, a notícia chegava pelo jornal, rádio ou fofoca; a distração era uma música (a que estivesse tocando), um livro/revista (com pouca variação) ou conversar com alguém, que estivesse próximo já que os meios de comunicação eram escassos!
Então surge a televisão, um novo modelo de distração, mas ainda restrito a poucos canais e com um agravante: tinha que ir até ela trocar de canal e muitas vezes não pegava com tanta clareza, talvez fosse melhor deixar no que estava mesmo…
Um novo salto vem com o controle remoto: a decisão na sua mão! Quantas vezes você ficava um tempão procurando o controle pela sala só pra não precisar levantar pra trocar de canal? Era mais fácil ter ido mudar direto, mas a gente nem pensava nisso: precisava ter e estar no controle!
Depois disso eu e você sabemos… computador, internet, smartphone e a rolagem infinita que tanto se assemelha a um caça níquel, vamos mais uma vez que a sorte está na próxima rodada!
Essa disponibilidade de opções e controle fez com que o imediatismo e a ansiedade aumentassem; do outro lado a paciência, o foco e a persistência caíram. Os antigos consertavam, nossa realidade é trocar, fica “mais barato”.
E assim vamos substituindo pessoas, relacionamentos, empregos, atividades físicas. Trocamos o físico pelo digital, o toque pela vídeo chamada, a perseverança pela inconstância e a felicidade pela ansiedade.
Entenda que mesmo com toda a evolução do mundo, a gestação ainda tem seu tempo, a colheita tem de esperar. A natureza é a mesma, a curva de aprendizado existe e o respeito a individualidade é essencial!
Persista em uma ideia pelo tempo necessário para que ela dê frutos, seja o Crossfit, um relacionamento ou uma carreira; sem esquecer que a poda faz parte do cultivo da plantação!
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias

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