Quando eu já estava decidido a sair do seminário, tivemos uma última partida de futsal entre amigos. Acontece que em determinado lance houve uma dividida entre eu e o Lucas, um grande amigo da época; o problema é que eu fui com muita vontade e ele com quase nenhuma. O resultado foi um tornozelo virado e 15 dias de gesso…
Estava lembrando dessa história quando ouvia um podcast com o Professor Clóvis de Barros. Ele falava sobre a tendência atual das pessoas serem guiadas pela média e acabarem caindo na mediocridade. Olha-se para a nota mínima necessária e, se foi atingida, já está bom. Pensa-se no resultado geral e, se estiver no bolo, meta alcançada! Melhor ainda se for próximo de alguém que normalmente se sai melhor.
Quando estava lendo as avaliações do campeonato (que aliás foi um deleite, tantas mensagens agradecendo e parabenizando), uma delas me chamou a atenção, algo como: “peguem mais leve com vocês mesmos! Tudo estava perfeito, então se cobrem menos e curtam mais!” Realmente, em alguns momentos, a cobrança interna minha comigo mesmo é muito grande, mas me lembro de crescer ouvindo coisas como: “Se for pra fazer de qualquer jeito, nem começa!”
Definitivamente não acho que a cobrança exagerada seja o caminho, mas também não acredito que o relaxo e a permissividade levem alguém a ser o melhor de si. Somado a isso, a falta de maturidade para encarar o próprio erro, a frouxidão frente aos desafios, a realidade que bate na porta e a busca por culpados externos têm colaborado com a mediocridade!
Eu sigo o plano alimentar certinho – mas só de segunda a sexta. Dou o meu melhor nos treinos – desde que não esteja cansado do dia. Me dedico à minha família – mas sempre coloco a culpa no trabalho. O professor pede de 8 a 12 repetições, então são só 8.
Mediocridade não é falta de talento, é falta de entrega. É se contentar com o mínimo, porque exige menos. “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens.” (Cl 3:23)
Então, da próxima vez que o professor pedir de 8 a 12, escolha 12 — e se desafie a colocar mais peso. Da próxima vez que a vida te colocar num desafio, vá com vontade — ou aceite o “gesso” que pode te travar por um bom tempo.
Porque se for pra fazer de qualquer jeito… nem começa.
Fique com Deus!
Um grande abraço,
Henrique Elias